Em parceria com o governo do Paraná, Itaipu injeta quase R$ 1 bilhão em obras

 

A duplicação da Rodovia das Cataratas (BR-469), a ampliação da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, a segunda ponte entre Brasil e Paraguai e a nova perimetral com acesso na BR-277 são as obras mais visíveis de um pacote de investimentos de cerca de R$ 1 bilhão programado pela Itaipu Binacional para os próximos anos na região Oeste do Paraná. Esses compromissos vultosos foram assumidos pela usina em parceria com o Governo do Estado e atendem um dos principais objetivos da usina, que é o desenvolvimento econômico dos municípios que integram sua área de atuação.

A parceria com a Itaipu Binacional nesses quatro grandes projetos e em áreas estratégias como saúde, educação e segurança pública será fundamental para marcar um novo ciclo de desenvolvimento do Paraná, inclusive com possibilidade de acelerar a retomada econômica depois da pandemia. As intervenções colocam a termo gargalos históricos da região, como a pista curta do aeroporto para voos internacionais, a concentração de caminhões na Ponte Internacional da Amizade e uma BR-469 com estrutura primária para conectar o mundo às Cataratas do Iguaçu, uma das maiores belezas naturais da Terra.

“Eram demandas represadas há mais de 20 anos e que conquistamos com muito diálogo. Essa parceria do Governo do Estado e do governo federal é fundamental para a estratégia de tornar o Paraná um hub logístico da América do Sul. Vamos ampliar o intercâmbio, o comércio e o turismo com o mundo com esses investimentos em modais integrados”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Os ganhos dessa união são inestimáveis para o Estado”.

A boa relação institucional entre a Itaipu e o Estado do Paraná segue uma diretriz do governo federal. “A Itaipu Binacional está transformando cada megawatt-hora produzido em legado para a população paranaense. Estamos construindo uma Foz do Iguaçu da qual possamos cada vez nos orgulhar mais, preparando novos receptivos turísticos para valorizar a nossa vocação e criando infraestrutura para ajudar o Estado no seu planejamento logístico”, destaca o diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Joaquim Silva e Luna.

“O Ministério de Infraestrutura e Itaipu Binacional ‘integram’ a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística. Quando se trabalha em conjunto a satisfação é redobrada e os ganhos são enormes para a população do Paraná”, ressalta o presidente Jair Bolsonaro. “A Itaipu é um orgulho por ser a hidrelétrica que mais produz energia limpa no mundo, mas também pela forma de administração, pelos recursos para investimentos em obras”.

A programação de aportes financeiros da usina inclui, ainda, o novo Mercado Municipal de Foz (R$ 9,3 milhões), modernização do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (R$ 64,7 milhões), ciclovias (R$ 17,3 milhões), fingers do Aeroporto de Cascavel (R$ 3,9 milhões), parque linear em Cascavel (R$ 11 milhões), projetos de apoio para a Secretaria de Segurança Pública (R$ 27,4 milhões), proteção de bacias hídricas (R$ 25 milhões) e casas populares na Região Oeste (21,5 milhões), entre outros.

Articulação – O primeiro ano de gestão do governador Ratinho Junior e do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Joaquim Silva e Luna foi fundamental para colocar em andamento esses objetivos. A nova diretoria de Itaipu Binacional promoveu repaginação administrativa, corte de convênios e patrocínios, redução de despesas gerais e a inclusão de investimentos em obras de infraestrutura entre as prioridades. O Governo do Estado entrou na parceria como articulador, promotor da ideia de integração regional e financiador da contrapartida de parte dos contratos.

No ano passado foram realizadas diversas reuniões em Curitiba, Foz do Iguaçu e Brasília (DF) entre o governador e representantes da União e da Itaipu. A ampliação da pista do aeroporto no pacote de investimentos da Itaipu, por exemplo, é resultado de uma reivindicação feita na Secretaria de Aviação Civil (SAC). A opção foi pela concretização da obra antes da concessão para a iniciativa privada para ganhar tempo para incentivar o potencial turístico da região.

A ponte e a perimetral são frutos de uma articulação da Secretaria de Infraestrutura e Logística com o Ministério de Infraestrutura. O projeto original foi concebido por uma comissão mista entre os dois países em 1992, mas foi deixado de lado com o decorrer dos anos por falta de dinheiro ou interesse diplomático. Também houve problemas ambientais no início da execução, em 2014, e a obra foi paralisada. Quando houve avanços nas questões legais não havia recursos e a entrada da Itaipu Binacional nessa estratégia foi fundamental para resolver todas as pendências.

A Rodovia das Cataratas, que teve a pedra fundamental lançada no dia 27 de agosto, foi o quarto passo concretizado desse planejamento integrado em infraestrutura. A maior parte dos recursos é da Itaipu Binacional, com contrapartida do Governo do Estado. As quatro obras devem ficar prontas nos próximos três anos.

“Estamos investindo um pouco mais de R$ 1 bilhão. Alguns já estão conveniados e temos mais anúncios a fazer. É o maior pacote de investimento integrado da história, junto com Governo do Estado e o governo federal. Eles são frutos da mudança administrativa e dessa parceria muito forte entre o Paraná e a União”, afirma Luiz Felipe Carbonell, diretor de Coordenação da Itaipu Binacional. “Tudo isso está sendo facilitado porque estamos remando juntos para implementar infraestrutura. Direcionamos recursos para o que vai deixar legado para a sociedade”.

Carbonell cita como exemplo de parceria, além da infraestrutura, o convênio com a Sanepar para saneamento básico e proteção das bacias hídricas. “Vamos mudar definitivamente o saneamento em determinadas cidades, com possibilidade de alterações significativas no perfil social desses cidadãos, além da promoção de saúde”, acrescenta. “Tudo isso está dentro do objetivo do foco principal da usina de gerar energia com qualidade. Estamos investindo naquilo que reflete no lago, no meio ambiente e em toda a faixa de proteção”.

Esse pacote de R$ 1 bilhão também atende pleitos da sociedade civil de Foz do Iguaçu. O programa Acelera Foz, desenhado neste ano como parte do plano de retomada econômica da cidade, ajudará a integrar a comunidade e o setor empresarial a essas obras. Os eixos de promoção e desenvolvimento do município são infraestrutura, divulgação, retomada do turismo, empreendedorismo, inovação e atração de investimentos, apoio à produção e comercialização, e fomento de novas políticas públicas.

Rodovia – A duplicação da Rodovia das Cataratas será financiada quase integralmente pela Itaipu Binacional (R$ 136,3 milhões dos R$ 139,4 milhões necessários). O restante será bancado pelo Governo do Estado. A delegação de gestão da obra foi repassada do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR).

A BR-469 é a única via de acesso às Cataratas do Iguaçu e ao aeroporto e o mais importante corredor turístico da cidade. O projeto executivo foi financiado pelo Fundo Iguaçu, gestão integrada das taxas espontâneas de visitação dos turistas que passeiam na Itaipu Binacional, Parque Nacional do Iguaçu e Marco das Três Fronteiras. Ele está sendo revisado por uma empresa contratada por Itaipu. Esse trabalho será encerrado em outubro. O Dnit também fará uma nova revisão no projeto antes de liberar o certame.

A expectativa é que a licitação seja feita ainda em 2020 e que as obras iniciem no primeiro semestre de 2021. O contrato deve incluir vias marginais, ciclovia, um viaduto, duas passarelas para pedestres, cinco retornos, uma ponte elevada e uma rotatória da entrada do Parque Nacional do Iguaçu.

Aeroporto – As obras da nova pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu já alcançaram 40%. A estrutura proporcionará mais voos para o município, ampliando a concorrência com destinos do mundo inteiro, e é parte do projeto de transformar o Paraná no hub de distribuição da América do Sul. As obras foram iniciadas em fevereiro desse ano e a expectativa é de conclusão no primeiro semestre de 2021.

A pista do Aeroporto Internacional Cataratas tem 2.195 metros de comprimento por 45 metros de largura e é considerada curta para decolagem de voos de longa distância. Hoje não é possível decolar com o tanque cheio, o que impossibilita voos diretos para os Estados Unidos e a Europa. A nova pista terá 2,8 mil metros, 605 metros a mais que a atual.

A primeira parte será concluída já em setembro. Esta etapa inclui a ampliação do pátio de manobras de aeronaves, a duplicação da via de acesso ao aeroporto (ligação entre o terminal e a BR-469) e a implantação de uma nova pista para taxiamento. O projeto está sendo financiado em parceria pela Itaipu Binacional e Infraero. A contrapartida da Itaipu nessa parte do projeto foi de R$ 15,5 milhões, equivalente a 76,87% do valor total do contrato.

A segunda parte do projeto, que inclui a ampliação da pista de pouso e decolagem, segue de acordo com o cronograma e já está com 40% das obras prontas. A entrega deve acontecer em abril de 2021. O investimento da Itaipu nesta etapa é de R$ 55,5 milhões, referentes a 80% do valor do contrato.

Será aplicada na pista, ainda, uma camada de revestimento de Stone Matrix Asphalt (SMA), que dá ganho de performance de 20% às aeronaves, o que permite autonomia de voos para locais como Miami, Nova York, Lisboa e Madri. A intervenção ainda prevê alças de retornos e acostamentos. Haverá, ainda, uma ciclovia, passarelas de pedestres e abrigos de ônibus.

O terminal do aeroporto também já ganhou melhorias no saguão e nas áreas de check-in e inspeção. Foram ampliadas as salas de embarque e desembarque, implantados escadas rolantes e também novos elevadores. O pacote de ações contou ainda com a instalação de quatro pontes de embarque (fingers) e de carrosséis de bagagem. Esse pacote de modernização vai aumentar a capacidade do aeroporto de 2,6 milhões para 5 milhões de passageiros ao ano.

O Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, primeiro com conceito sustentável do País (geração de energia por painéis fotovoltaicos, gestão de resíduos sólidos, captação da água da chuva e eletroposto), será repassado para a iniciativa privada no pacote Sul dos leilões do governo federal, ao lado do Aeroporto Internacional Afonso Pena (São José dos Pinhais), Bacacheri (Curitiba) e do terminal de Londrina. Os aeroportos paranaenses integram o bloco Sul do processo, ao lado dos terminais de Navegantes (SC), Joinville (SC), Pelotas (RS), Uruguaiana (RS) e Bagé (RS).

Segunda Ponte/Perimetral – Outra obra emblemática na cidade é a segunda ponte entre Brasil e Paraguai, também financiada pela Itaipu. São 760 metros de distância entre uma cabeceira e outra, um novo marco arquitetônico e logístico do Paraná. Os trabalhos já ultrapassaram 30%. A segunda ponte internacional sobre o Rio Paraná e a nova perimetral até a BR-277, que acompanha a obra, terão investimentos de R$ 463 milhões.

A nova ponte terá vão-livre de 470 metros, o maior da América Latina. Serão duas pistas simples com 3,6 metros de largura, acostamento de 3 metros e calçada de 1,70 metro nas laterais. A previsão é que a obra seja entregue em 2022. Ela será maior que a Ponte Internacional da Amizade e está localizada cerca de 10 quilômetros abaixo dela, em direção ao Rio Iguaçu.

A perimetral que faz parte do contrato vai permitir que caminhões procedentes da Argentina e do Paraguai acessem diretamente a BR-277 na altura do Posto Paradão, reduzindo o fluxo de veículos pesados na área urbana de Foz do Iguaçu. A ponte também terá acesso facultado a veículos menores e turistas. A perimetral do lado brasileiro está prevista para começar em outubro e inclui toda a estrutura necessária para a aduana na chamada zona primária.

 

 

 

AEN

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