O prefeito Chico Brasileiro alertou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante reunião virtual nesta segunda-feira (14), sobre a urgência de fazer um controle nos municípios que fazem fronteira com outros países, como é o caso de Foz do Iguaçu, para evitar a entrada de novas variantes do coronavírus.
No encontro, que reuniu também prefeitos de cidades aeroportuárias, o prefeito defendeu a vacinação em massa nas fronteiras. O ministro da Saúde disse que irá levar o pleito da vacinação ao comitê do Plano Nacional de Imunização e que o controle nas fronteiras é uma decisão que envolve outros três ministérios.
“Claro que cada fronteira tem a sua especificidade, tem fronteiras bastante populosas, como é o caso de Foz do Iguaçu, e tem fronteiras menores, mas todas têm que ter uma política especial, porque fazemos fronteiras com outros países onde circulam variantes”, afirmou o prefeito Chico Brasileiro, que é vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para as cidades transfronteiriças.
Ele citou como exemplo o caso da Argentina – mesmo com a fronteira fechada desde março de 2020, centenas de caminhões vindos do país transitam por Foz do Iguaçu todos os dias. Já em relação ao Paraguai, o prefeito comentou que 40 mil pessoas passam pela Ponte da Amizade todos os dias, e “não tem nenhum controle de quem entra e sai do Brasil”.
Embora Foz do Iguaçu tenha se preparado para enfrentar a pandemia, com cinco ampliações no Hospital Padre Germano Lauck e reorganização do sistema municipal de saúde – o que possibilitou que nenhuma pessoa com covid-19 deixasse de receber o atendimento -, “o sistema não está dando conta”.
“Estamos com 100% dos leitos ocupados, já aumentamos em 700% nossa capacidade de criação de leitos. Não tem mais profissionais, não tem para onde expandir leitos”, afirmou Brasileiro. A proposta do prefeito, como representante dos municípios de fronteiras brasileiras, ao ministro é que sejam instalados controles sanitários nas fronteiras.”O município se dispõe a ajudar a Anvisa nessa controle, para que possamos proteger o Brasil”. A secretária municipal de Saúde, Rosa Maria Jerônymo, também acompanhou a reunião.
O ministro afirmou que a decisão em relação às fronteiras não depende apenas do Ministério da Saúde, mas também da Casa Civil e dos ministérios da Justiça e da Infraestrutura. Ele disse, ainda, que será ampliado o número de testes enviados pelo Ministério para ter uma maior detecção dos casos positivos de covid-19. Segundo Queiroga, ideia é ampliar a testagem para “níveis próximos do que acontece nos EUA e Reino Unido”.
Mais vacinas
O prefeito de Foz do Iguaçu também solicitou ao ministro da Saúde a entrega de mais vacinas à cidade. “Temos milhares de brasileiros que moram no Paraguai e essas pessoas vem se vacinar aqui. Não podemos negar atendimento a brasileiros. Gostaríamos que o ministério incorporasse os dados dos consulados brasileiros nos países vizinhos para que essa população seja enxergada e as vacinas sejam ampliadas para os municípios de fronteira”.
Em relação ao aumento da quantidade de vacinas, Queiroga afirmou que irá encaminhar o pleito dos municípios de fronteira à câmara técnica do Plano Nacional de Imunização, que é responsável pela decisão.
Assessoria