Três cursos da UNILA obtêm conceito 4 no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes

 

No último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), realizado em 2019 e cujo resultado foi publicado em outubro deste ano, foram avaliados quatro cursos da Universidade, dos quais três deles obtiveram conceito 4 (numa escala crescente de valores de 1 a 5): Engenharia Química, Engenharia Civil de Infraestrutura e Medicina. O curso de Arquitetura e Urbanismo obteve conceito 3. Já no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), o curso de Medicina e o de Engenharia Civil de Infraestrutura obtiveram nota máxima, 5. E os cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia Química ficaram com nota 4.

O IDD busca mensurar o valor agregado pelo processo formativo oferecido pelo curso de graduação, ou seja, sua contribuição para o desenvolvimento de competências, habilidades e conhecimentos dos estudantes. Esse indicador considera os desempenhos nas provas do Enade e também do Enem. O Conceito Enade (CE), por sua vez, é um indicador calculado com base no desempenho dos discentes concluintes dos cursos de graduação na prova do Enade – que contém componentes de conhecimento específico e de formação geral.

Neste último Enade, os quatro cursos da UNILA avaliados tiveram desempenho acima da média nacional, na área de formação geral da prova. No componente específico, Engenharia Civil de Infraestrutura, Engenharia Química e Medicina obtiveram desempenho acima da média nacional. No âmbito regional, os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Química obtiveram o maior IDD entre as instituições públicas do Paraná. Já o curso de Medicina foi o único a obter IDD máximo entre as instituições públicas federais no Estado. Na esfera local, o curso de Engenharia Civil de Infraestrutura é o curso com maior Conceito Enade de Foz do Iguaçu, e o único curso com IDD máximo na cidade.

Avaliação e perfil

O Enade integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e é aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o qual entende que esse exame é um componente curricular obrigatório para que o estudante conclua o curso, cole grau e obtenha o diploma. Os resultados do Enade, aliados a respostas do estudante a um questionário, são insumos para o cálculo dos Indicadores de Qualidade da Educação Superior.

As respostas dos discentes da UNILA a esse questionário mostraram que, para os quatro cursos avaliados, o percentual de estudantes que recebem algum tipo de bolsa acadêmica está acima da média nacional, com destaques para bolsa de extensão para os cursos de Medicina e de Arquitetura e Urbanismo; bolsa de iniciação científica para os cursos de Engenharia Civil de Infraestrutura e de Engenharia Química; e bolsa de monitoria para todos os quatro cursos.

Interculturalidade, formação transversal e planejamento participativo

O coordenador do curso de Engenharia Civil de Infraestrutura da UNILA, professor Herlander Mata-Lima, elenca, entre os fatores que contribuem para o patamar alcançado pelo curso – mesmo no curto período de existência –, o fato de haver um planejamento participativo envolvendo o corpo docente e discente na melhoria contínua do curso, visando atingir objetivos e metas tangíveis; e a presença de um corpo docente altamente qualificado e comprometido com o ensino e a aprendizagem.

Além disso, atribui o bom resultado do Enade a um fato comum dos cursos da UNILA, que é a “diversidade de origem e formação da matriz docente e discente, o que contribui para criar um contexto intercultural que potencializa uma ampla troca de conhecimento e experiências essenciais para consolidação da complexidade intelectual do indivíduo”, opina Mata-Lima. Ele destaca, também, o envolvimento do discente nas atividades de pesquisa e extensão ao longo de sua formação acadêmica; o ensino que integra atividades práticas de campo, ensaios laboratoriais e visitas de estudo; a infraestrutura adequada; e o desenvolvimento de competências transversais ao longo da formação.

“O Projeto Pedagógico de Curso (PPC) satisfaz os desafios contemporâneos, pois representa a essência da formação em Engenharia Civil e integra áreas transversais essenciais para garantir uma formação científica, social, cultural e ética, visando contribuir para uma sociedade progressivamente sustentável”, avalia o docente. Ele preconiza, como estratégia para o futuro, um diálogo permanente entre docentes e discentes, com intuito de identificar eventuais oportunidades de ações corretivas e de melhoria contínua.

Metodologia ativa e inserção em serviço

A médica e coordenadora do curso de Medicina da UNILA, Alessandra Pawelec da Silva, também pontua a necessidade de melhorias contínuas no curso e atribui o bom desempenho no Enade ao esforço dos discentes e ao fato de o curso trabalhar com base nas metodologias ativas, as quais possibilitam maior independência do aluno em relação ao processo de aprendizado, além de uma formação com estudo norteado pelas situações práticas. Assim, a busca pelo conhecimento acontece à medida que forem se apresentando as necessidades. “Isso é diferente do modo tradicional de ensino, em que o aluno tinha que saber tudo desde o início. Nas metodologias ativas, o estudante, em contato com o paciente, vai aprendendo com as situações práticas, que vão motivar ele no que precisa estudar pra conseguir resolver essas situações”, explica.

Ainda segundo a docente, essas metodologias ativas estão presentes, sobretudo, nos novos cursos de Medicina. “Estamos utilizando algo que é preconizado pelo MEC e pelas diretrizes curriculares nacionais”, coloca. Alessandra também destaca que outra causa do bom desempenho dos estudantes de Medicina está no fato de, desde o início do curso, haver uma inserção em serviço, na qual os discentes, com supervisão de tutores e professores, estão presentes tanto nas unidades de saúde como também em hospitais.

“Eles [os estudantes] estão conseguindo se aproximar bastante da realidade, da prática, e isso é muito bom. Se a gente for comparar, na minha época, não tinha a possibilidade de estar atuando nas unidades de saúde, mas somente no hospital, era um modelo ‘hospitalocêntrico’. De uns anos pra cá, procurou-se desconstruir isso. O fato de o aluno poder atuar nas unidades de saúde – que são os locais que mais oferecem emprego e necessitam de profissionais – acaba sendo muito bom, porque ele já começa a aprender em locais onde ele poderá vir a atuar”, explica a professora, que também elogia o desempenho de discentes e recém-formados, na atuação de combate à Covid-19, em unidades de saúde e hospitais.

 

 

Assessoria

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