O projeto Meninos do Lago, iniciativa do Instituto Meninos do Lago (Imel) apoiada pela Itaipu, margem brasileira, vai ampliar de 19 para 34 o número de vagas da paracanoagem, especialmente para atender mulheres mastectomizadas (submetidas à retirada das mamas para tratamento de câncer).
A solenidade que marcará o início das atividades das “remadoras rosas” será na quarta-feira (28), às 9h, no mirante do Canal da Piracema, na Itaipu. Além das atletas, devem participar integrantes do Imel e parte da diretoria da binacional.
As equipes de imprensa interessadas em acompanhar o evento devem preencher o formulário disponível em https://forms.gle/R17P8aG4pCcXQbCw9 até as 11h de terça-feira (27).
Para o general Joaquim Silva e Luna, diretor-geral brasileiro da Itaipu, a iniciativa é uma forma de mostrar apoio a um grupo de mulheres que podem ser consideradas vencedoras: “por terem vencido o câncer, elas são um exemplo de força para todos nós. São guerreiras”, disse. E acrescenta: “incentivar o esporte é investir na qualidade de vida da nossa gente”.
A ação faz parte das iniciativas de Itaipu alusivas ao Outubro Rosa, de alerta ao câncer de mama, e conta com o apoio do Programa de Diversidade da empresa.
A binacional também iluminou estruturas, como o Centro Executivo e a Concha Acústica, entre outras, com as cores da ação. Para o público interno, Itaipu promoverá um webinar no dia 28 com especialistas em saúde.
Paratletas
Atualmente, o projeto Meninos do Lago conta com 19 paracanoístas. A maioria é cadeirante e a canoagem serve como atividade física, terapia e auxílio na qualidade de vida.
As mulheres mastectomizadas são consideradas paratletas porque, legalmente, uma pessoa com qualquer tipo de câncer é considerada pessoa com deficiência física (PCD), inclusive aquelas que passaram por mastectomia. Para esse público, a paracanoagem fortalece os membros superiores, minimiza sequelas da doença e aumenta a autoestima.
As remadoras fazem parte de um grupo conhecido como Flor de Lótus, que reúne mulheres que superaram o câncer de mama. A “capitã” desse time é Regina de Castro Santos, de 61 anos. Ela chegou a Foz em janeiro deste ano, vinda de Brasília (DF).
A capital federal foi a pioneira, no Brasil, na instituição de um time de “canoagem rosa”. “Trouxe comigo a experiência e o desejo de mudar a vida de mulheres que viveram o mesmo drama que eu”, diz Regina.
As mastectomizadas treinam na categoria dragon boat (barco-dragão), uma longa canoa, de origem chinesa, em que os compassos das remadas são ditados por um tambor. Existem 236 equipes de remadoras rosas em 29 países. As de Foz do Iguaçu serão a 11ª equipe do Brasil.
Segundo o técnico e fisioterapeuta Luiz Augusto Mazine Santos, as remadoras atuam como uma “rede de apoio entre elas e contribuem para a motivação para outras mulheres que ainda combatem à doença”.
História
As remadoras rosas surgiram no Canadá, na década de 1990, a partir da pesquisa do médico Donald McKenzie. Ele passou a indicar o esporte principalmente para combater linfedema (de braço), doença que causa dor e debilita o paciente.
Até então, exercícios com esforços repetitivos em membros superiores do corpo eram desaconselhados, por se acreditar em consequências negativas. Os estudos e a prática comprovaram o contrário, e a atividade passou a ser incentivada entre as mastectomizadas.
Assessoria