O novo Plano de Uso Público do Parque Nacional do Iguaçu foi elaborado ao longo dos últimos anos pela atual equipe do ICMBio do parque, liderada por Ivan Baptiston e a Coordenação de Uso Público do ICMBio, em Brasília e eleva o Parque a um novo patamar de turismo de natureza. A proposta é baseada em um tripé que inclui preservação, compartilhamento e promoção, extrapolando os limites territoriais da Unidade de Conservação e devem trazer desenvolvimento econômico e social para todos os municípios no entorno, como Matelândia, Serranópolis do Iguaçu, Capanema, São Miguel do Iguaçu e Santa Terezinha de Itaipu.
A proposta foi recebida com entusiasmo pelos representantes da indústria do turismo, moradores, instituições de pesquisa científica e organizações que atuam com a preservação do patrimônio natural. Além disso, as estratégias estão alinhadas com políticas federais, estaduais e com os planejamentos municipais, integrando, por exemplo, estratégias previstas na Política Nacional de Gestão Turística dos Sítios Patrimônio Mundial e no documento Paraná Turístico 2026, do governo do estado. “As estratégias propostas no novo Plano de Uso Público do Parque Nacional do Iguaçu, além de alinhadas com as políticas públicas do Governo Federal para a gestão ambiental de Unidades de Conservação e para o turismo, apoiam a retomada da economia regional pós-pandemia. O Plano traz excelentes oportunidades para o incremento do turismo e atividades de conservação da biodiversidade em novos polos regionais do Parque e potencializa os investimentos sociais, ambientais e de infraestrutura que a Itaipu promove no território”, diz Ariel Scheffer, Superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu.
A diretora da Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação (Rede Pró-UC), Angela Kuczach, lembra que o plano é uma continuidade do bom trabalho desenvolvido no Parque nos últimos anos e é um trabalho de visão para o futuro: “Este documento é a demonstração muito clara da qualidade técnica dos analistas do ICMbio que atuam no Parque e das coordenações nacionais de uso público. Se houver investimento, há retorno para a sociedade, mas é necessário um olhar técnico, com qualidade, pensando na unidade como um todo. O plano dá um grande salto nessa direção”.
O planejamento começou a ser desenvolvido em 2016, com o diagnóstico do entorno como etapa da revisão do Plano de Manejo da Unidade de Conservação. O documento técnico reforça o potencial para recreação e lazer do Rio Iguaçu, destacando o grande número de opções de atividades. “É um primeiro produto que pode servir de modelo para outras unidades de conservação, mas também coloca o Parque Nacional do Iguaçu com o destaque que ele merece, que vai além da beleza estonteante das Cataratas”, lembra Angela.
A diretora geral do Parque das Aves, Carmel Croukamp, conselheira do Parque Nacional do Iguaçu, ressalta que as atividades propostas representam oportunidades econômicas com ticket médio de valor potencialmente alto, que é o quanto o turista gasta durante toda a sua estadia. “O apoio é maciço. O plano foi desenvolvido com seriedade e expertise e é bastante significativo para a região, viabilizando um turismo bastante seguro para a biodiversidade e com benefícios para as comunidades ao redor. A observação de aves, ou birdwatching, por exemplo, agrega bilhões para a economia dos Estados Unidos. O plano inclui atividades que constituem também a maior parte do turismo de Costa Rica. É o verdadeiro ecoturismo que, dentro das potencialidades do Parque Nacional do Iguaçu e seu grande tesouro, podem trazer uma mudança substantiva à economia e benefícios concretos para as comunidades ao redor do Parque”, diz Carmel.
Ela diz que o Parque das Aves, como instituição científica especializada em biodiversidade e que também trabalha em turismo, enxerga o Plano com algo bem elaborado tecnicamente e consistente pela visão e benefícios econômicos que apresenta. “Junto-me a diversos outros representantes da indústria do turismo para parabenizar Ivan Baptiston, chefe do Parque Nacional do Iguaçu, e toda a equipe, na elaboração desta proposta”, diz ela.
Yara Barros, Coordenadora Executiva na Projeto Onças do Iguaçu, destaca a grande missão do Parque Nacional para conservação da natureza e considera que foi fundamental a participação de todos para atingir esse objetivo: “O Parque Nacional precisa funcionar como um grande catalisador de ações de conservação e agregar, considerando a presença de visitantes, pesquisadores, da biodiversidade e das comunidades no entorno. Deve fazer tudo isso funcionar da maneira mais inclusiva possível”.
O que prevê o Plano?
Desde o início, o desafio na elaboração do plano era diversificar as oportunidades de visitação, com diferentes experiências de contato com a natureza, estimulando uma maior permanência do turista e incentivando a visitação em outras áreas. Para isso, a unidade foi dividida em quatro polos de acordo com a vocação turística, tipo de público, geografia e a gestão das áreas.
Em cada área haverá investimentos para estimular os potenciais locais, seja para melhorar e aumentar a visitação de destinos já consagrados como as Cataratas, o Complexo de Itaipu e o Parque das Aves, por exemplo, seja para incrementar e fortalecer outras atividades de turismo. Empresas concessionárias que operarem atrativos mais lucrativos deverão investir também, como compensação, na consolidação de mais atividades permanentes e que estimulem a economia local, descritas no Plano de Uso Público. O edital de licitação ainda não foi lançado.
O advogado e ambientalista, Aristides de Athayde, considera que o aproveitamento de forma correta da natureza pode trazer inúmeros benefícios por meio do turismo e reforçar o potencial da região para o esporte e a aventura. “O Parque e as áreas no seu entorno oferecem enormes oportunidades para a prática de esportes de ação e aventura. Atividades como mountain bike, trilhas e caminhada entre rios e cachoeiras, observação de aves, cavalgadas e tantas outras atividades fazem com que os atletas entrem sintonia com a natureza e, dessa forma, passem a amá-la e conservá-la. Essas práticas esportivas também oferecem às comunidades locais fantásticas formas de renda com atuação de instrutores, locação de equipamentos e toda a estrutura para atletas e praticantes. No mundo inteiro, bilhões de dólares são gerados por essas práticas e não deve ser diferente no Parque Nacional do Iguaçu”, defende.
Sobre o Parque Nacional do Iguaçu
Criado por Decreto Presidencial em 10 de janeiro de 1939, é um dos mais importantes parques do Brasil, tanto pela importância biológica, quanto pelo potencial turístico. Em 2019, recebeu mais de dois milhões de visitantes de todos os continentes, com tendência de ainda mais alta na visitação.
A área, com cerca de 185.260 hectares de Mata Atlântica, é o maior e mais importante remanescente de floresta subtropical na região Sul do Brasil. Abriga uma rica biodiversidade, espécies ameaçadas e magníficas paisagens compostas pelo rio Iguaçu, pela própria floresta e pelas grandiosas Cataratas do Iguaçu. Esses aspectos justificaram seu reconhecimento, em 1986, pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da UNESCO, como Sítio do Patrimônio Natural Mundial.
Assessoria