Após 42 dias internado, 5 deles em terapia com ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) o paciente recebeu alta na terça-feira (06)
Diagnosticado com coronavírus o paciente foi internado no Hospital Madre de Dio em São Miguel do Iguaçu, pois apresentava quadro evolutivo de lesão pulmonar grave devido a uma pneumonia viral por Coronavírus (Covid-19). Evoluindo de forma desfavorável e pela gravidade do caso, a equipe médica optou por submetê-lo ao tratamento por ECMO.
Esta terapia é realizada em pacientes que apresentam severo comprometimento do sistema pulmonar e possibilita a circulação e a oxigenação artificial do sangue a partir de um aparelho conectado por cateteres. O aparelho usa um tipo de bomba para fazer circular o sangue por um pulmão artificial fora do corpo. Quando o sangue é devolvido para o pulmão já chega oxigenado no coração, o que aumenta as chances de sobrevida dos pacientes.
Para o Cirurgião Cardíaco, Dr. Luis Bongiolo Mattos, o objetivo deste tratamento é retirar o sangue com pouco oxigênio que chega ao coração e transferi-lo para a ECMO. “Isso facilita o trabalho pulmonar, possibilitando que a ventilação mecânica do paciente opere com carga mais baixa, o que favorece a cicatrização dos pulmões e a recuperação do processo infeccioso devido a Covid-19”, afirma.
Segundo Mattos, aideia da ECMO é ganhar tempo para que o pulmão possa se recuperar, o que normalmente não acontece com pacientes que apresentam o nível de gravidade de lesão pela Covid-19, em que o vírus danifica os pulmões e compromete o funcionamento do sistema respiratório. Em casos como esses, os pacientes acabam não resistindo por não possuírem tempo necessário para a cicatrização dos pulmões.
O cirurgião explica que a ECMO é um procedimento usado para casos extremos, isto é, apenas quando o paciente não responde a nenhum outro tratamento disponível. Em alguns casos, esta terapia é considerada uma das últimas opções para manter o paciente vivo.
Equipe treinada e especializada
A terapia com ECMO é reconhecida com uma técnica complexa e de alto custo. Além disso, está disponível somente em hospitais de alta complexidade e é indicada para pacientes graves, que já não respondam mais a outras medidas. Por este motivo, a qualificação da equipe médica para trabalhar com essa tecnologia é um dos pontos importantes de decisão para a escolha da terapia.
Segundo Alan Anderson Fernandes Oliveira, cirurgião cardíaco do Hospital Madre de Dio, não basta apenas ter o equipamento se não houver uma equipe especializada e treinada que trabalhe em conjunto com o cirurgião cardíaco.
Por este motivo, o Madre de Dio estabeleceu uma equipe formada por profissionais intensivistas, enfermeiros, fisioterapeutas e cardiologistas especializados para atendimento de pacientes que necessitem passar pela terapia, além de contar com uma equipe de perfusionistas 24 horas, habilitados para operar a máquina de circulação extracorpórea durante o procedimento cirúrgico.
Assessoria