Nos últimos cinco anos, as multas aplicadas em veículos paraguaios e argentinos em Foz do Iguaçu somam perto de R$ 24 milhões. Isso equivale a mais de um orçamento da autarquia de 2020, previsto para R$ 17,8 milhões.
Entre as infrações flagradas pelo Foztrans, estão avanço do sinal vermelho, estacionamento em local não permitido e excesso de velocidade. Alguns veículos foram multados mais de 10 vezes. Isso demonstra que o sistema de cobrança por meio de blitze não está funcionando.
De acordo com o levantamento do Foztrans, os veículos paraguaios somam R$ 14.6 milhões em infrações e os argentinos R$ 9,7 milhões. Desde 2017 foram 218 mil infrações, um proprietário chegou a ser flagrados pelos radares seis vezes no mesmo dia. Uma parte dos acidentes são provocados por esses veículos que não respeitam a sinalização.
Pandemia
Existe um fato curioso que chamou a atenção das autoridades de trânsito: antes da pandemia com as fronteiras totalmente abertas, as multas aplicadas em veículos estrangeiros representavam 40% do total. A partir de março, quando teve início a pandemia, o índice caiu para cerca de 15%.
O Foztrans esperava um índice muito menor, visto que as duas pontes estão fechadas. Isso significa que muitos brasileiros residentes em Foz e região costumam transitar em veículos com placas paraguaias e argentinas. O preço e os impostos desses veículos são menores.
“Constatamos que é uma porcentagem bastante significativa já que as fronteiras foram fechadas a partir de março. Devem ser condutores confiantes na impunidade”, avalia Robson de Lima, diretor de Trânsito do Foztrans.
Mas a “farra” desses motoristas está com os dias contatos porque o Foztrans irá retomar as blitize, suspensas desde o início da pandemia. “Essa sensação de impunidade não pode continuar e o Foztrans vai agir com o rigor da lei”.
A legislação diz que apenas turistas estrangeiros ou brasileiros com domicilio no Brasil e no exterior poderão ter veículos com placas internacionais. Se essa norma não for seguida, o carro poderá ser multado e apreendido.
Gdia