Ministério de Obras do Paraguai confirmou conclusão de aduanas para outubro, o que permite ajustes para liberar o uso da via.
A abertura da Ponte Internacional da Integração é a solução para desafogar o fluxo de veículos de cargas, turismo e trânsito de moradores fronteiriços entre Brasil e Paraguai. É o que referendou a reunião entre agentes públicos e lideranças em Ciudad del Este, terça-feira, 4, sobre a necessidade de uso da via ainda neste ano.
Parte da campanha do Codetri (Conselho de Desenvolvimento da Região Trinacional) pela liberação da segunda ponte, o encontro reuniu à mesa representantes de órgãos federais, estaduais e municipais paraguaios, empresários e sociedade civil. A reunião foi organizada pelo Codeleste (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental de Ciudad del Este).
O Ministério de Obras Públicas (MOPC) do Paraguai confirmou o prazo para a entrega das aduanas da Ponte da Integração, o que permite o ajuste de procedimentos entre os dois países para o início do trânsito. “Em outubro deste ano, ficarão prontas as estruturas na zona primária”, disse a engenheira Laura Arévalo, supervisora de obras do órgão federal.
Administrador da aduana em Ciudad del Este, Gustavo Soto avaliou que a nova passagem fronteiriça desata o trânsito na Ponte da Amizade. “Creio que grande parte do problema que temos será solucionada, pois irá facilitar muitíssimo o fluxo para o turismo e o processo de cargas. Vamos ter um ganho duplo, benefício mútuo para os dois países”, pontuou.
O governador de Alto Paraná, César Landy Torres, foi representado no encontro pelo secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Esteban Wiens. “O governador está 100% comprometido com esse interesse imperioso [abertura da Ponte da Integração], está à disposição para fazer tudo o que estiver ao seu alcance”, prontificou-se.
O Codetri propõe que, concluídas as aduanas na margem paraguaia, em outubro, a Ponte da Integração seja aberta para veículos, com o controle fronteiriço, no lado do Brasil, sendo realizado na atual aduana que leva à Argentina. Essa medida fará fluir o transporte de turismo e cargas, podendo transferir, por exemplo, 360 caminhões em lastre, vazios, que hoje utilizam a Ponte da Amizade.
Quatro conselhos pela abertura da ponte
Presidente do Codetri, Roni Temp destacou a forte participação da comunidade de Ciudad del Este e a representatividade governamental. E reforçou que a abertura da Ponte da Integração é uma pauta dos quatro conselhos de desenvolvimento da região trinacional, em prol da integração entre Argentina, Brasil e Paraguai.
“Todos os setores do Paraguai, tanto governamentais, técnicos e sociedade civil, representados na reunião, demonstraram consenso e unidade de que a Ponte da Integração precisa ser aberta. E que essa operação é perfeitamente viável”, descreveu. “Agora, será a vez de reunirmos os entes brasileiros em Foz do Iguaçu”, anunciou.
A presidente do Codeleste, Natalia Duarte, detalhou uma pesquisa de fluxo de veículos e de pessoas que passam diariamente pela Ponte da Amizade, realçando o crescimento da movimentação. “Se antes havia picos, hoje estamos vivenciando um verdadeiro caos permanente. O recente feriado brasileiro mostrou isso”, frisou.
Para a dirigente da sociedade civil em Ciudad del Este, a Ponte da Integração em utilização será uma solução para a mobilidade e de fomento ao crescimento da região trinacional. “Estamos falando em desenvolvimento, em relações bilaterais entre Brasil e Paraguai. Hoje, pessoas desistem de vir para as nossas cidades devido a esse trânsito”, concluiu.
Mediada por Linda Taiyen, a reunião contou com a presença do cônsul do Paraguai em Foz do Iguaçu, Iván Airaldi; deputada estadual de Alto Paraná Mabel Otazú; e dos presidentes do Codefran (Conselho de Desenvolvimento de Presidente Franco), Iván Leguizamón; da ACIFI (Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu), Danilo Vendruscolo; e da Câmara de Comércio e Serviços de Ciudad del Este, Said Taigen. Uma representação de lideranças de Hernandarias também compareceu.
Ministra de Obras
O cronograma da estrutura apresentado na reunião pelo MOPC é consoante com a recente visita técnica da ministra de Claudia Centurión às obras, que externou a possibilidade de habilitação da via binacional no segundo semestre. “Esperamos que Brasil, em situação similar, possa operar o acesso à ponte e que essa infraestrutura seja aproveitada por toda a cidadania”, disse, conforme o portal institucional do ministério.