A Biofábrica de Mosquitos inaugurada esta semana em Foz do Iguaçu, na área do Horto Municipal, tem um nome curioso, mas o trabalho é sério e está baseado em ciência. O objetivo da biofábrica é diminuir drasticamente o contágio da dengue na fronteira com o método Wolbachia no combate à dengue.
Como que funciona o método Wolbachia? Os especialistas vão reproduzir nesta biofábrica mosquitos Aedes aegypti contaminados com a bactéria Wolbachia, que impedem que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam.
A unidade é resultado de uma parceria entre a Itaipu Binacional, Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto WMP (World Mosquito Program), Governo do Paraná e prefeitura de Foz do Iguaçu. O investimento da Itaipu foi de R$ 161.556,20, em equipamentos e adequação do espaço, de aproximadamente 166 metros, localizado no Horto Municipal de Foz do Iguaçu.
Nova tecnologia para velhos problemas
Os mosquitos, que serão liberados no ambiente, não são geneticamente modificados e não são transmissores de outras doenças. O método reduziu 96% dos casos de dengue na Austrália, onde foi desenvolvido.
“O método Wolbachia foi descoberto na Austrália, por volta dos anos 2009. Identificou-se uma bactéria presente na mosca da fruta que, quando presente no Aedes aegypti, é capaz de bloquear a replicação do vírus da dengue. Com a chegada da chikungunya e da zika, observou-se que essa bactéria, que vive dentro da célula do inseto, também prejudica a replicação desses vírus”, explicou Diogo Chalegre, líder de Relações Institucionais e Governamentais do Instituto WMP – iniciativa internacional sem fins lucrativos que busca proteger a comunidade global de doenças transmitidas por mosquitos.
Quando os mosquitos com Wolbachia são soltos no ambiente, eles se acasalam com os insetos locais, e a nova geração também carrega a bactéria. Gradualmente, a proporção de mosquitos com Wolbachia cresce e se mantém elevada, eliminando a necessidade de novas liberações.
Projetos pilotos – Foz do Iguaçu e Londrina estão entre as seis cidades selecionadas no Brasil para participar das etapas finais do método. Há planos de instalação de uma biofábrica em Curitiba. De acordo com a Secretaria de Saúde do Paraná, até a semana passada, o estado registrou mais de 8.995 casos da doença e 22 óbitos.
Créditos fotografias: Sara Cheida / Itaipu Binacional
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