Assim como a ação do tempo é implacável com os seres vivos, estruturas metálicas também sofrem com os efeitos do passar dos anos, ainda que sejam bem cuidadas. É o caso dos condutos forçados da usina de Itaipu. Apesar de submetidos a limpezas recorrentes, eles não escaparam às consequências de décadas expostos ao sol, chuvas e outras intempéries.
Os condutos forçados são os equipamentos por onde passam a água que é utilizada para a geração de energia elétrica. Itaipu respondeu, em 2020, por 11% da demanda de eletricidade do Brasil e 90% do Paraguai.
Por isso, 13 dos 20 condutos estão sendo submetidos a um trabalho de revitalização, para deixá-los como novos, com jateamento para remoção da pintura antiga e pontos com corrosão e aplicação de nova pintura.
Inspeções nos componentes apontaram que chegava a hora de um cuidado especial com essas tubulações gigantes, cada uma delas com 10,5 metros de diâmetro e por onde passam até 690 metros cúbicos de água por segundo.
“Alguns condutos estavam com a pintura bastante deteriorada, com desplacamento e muitos pontos de corrosão”, explicou Stevan Pinheiro Batisteti, gerente da Divisão de Engenharia de Manutenção Mecânica, área que elaborou a especificação técnica do serviço. A Divisão de Manutenção Civil e Industrial faz a fiscalização em campo. “É um trabalho em equipe da Manutenção”, disse Stevan.
A recuperação da pintura é necessária para impedir o avanço da corrosão, manter a integridade estrutural e prolongar a vida útil do equipamento. Sem falar na parte estética, pois os trechos aparentes dos condutos estão entre os principais atrativos da rota turística da Itaipu.
Segundo o diretor-geral brasileiro da Itaipu, João Francisco Ferreira, a medida evita gastos desnecessários no futuro. “É uma demonstração de comprometimento e sinergia da nossa equipe da Diretoria Técnica. Isso é ter foco em sustentabilidade.”
Como é feito
O processo começa com a remoção de toda a pintura e dos pontos de oxidação com jateamento com granalha de aço; daí a necessidade de fazer uma “tenda” em torno dos condutos. O jateamento ainda cria uma superfície adequada para uma correta aderência da pintura. Por fim, é feita a pintura de fundo e a de acabamento, com tintas e sistemas adequados à exposição ao tempo (epóxi fosfato de zinco para o fundo e poliuretano acrílico para acabamento, no caso dos condutos na cota 144). A cor permanecerá branca, a mesma dos demais.
A manutenção começou em janeiro de 2020, mas o cronograma teve que se adequado pelas restrições impostas por decretos decorrentes da pandemia da covid-19. Ao todo, estão sendo recuperados os condutos de 13 unidades geradoras.
Assessoria