Semanas antes da tão esperada abertura parcial da Ponte da Integração, o clima ainda é de novela. Ninguém sabe ao certo quando a nova ligação entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco vai finalmente começar a funcionar. A Comissão Conjunta se reuniu na quarta-feira (19), avaliou duas datas, conversou bastante, mas saiu sem bater o martelo sobre o dia da inauguração e, pior, sem acordo sobre o horário de operação nesse início.
Nos bastidores, a data de 21 de dezembro ganhou força. O motivo é que Foz será palco da Cúpula das Américas no dia 20, evento que deve trazer Lula para a cidade e pode encaixar a ponte na agenda presidencial. O presidente paraguaio, Santiago Peña, também pode aparecer. Mesmo assim, o dia 15 continua na disputa.
O maior entrave está no horário. O Paraguai quer liberar só caminhões vazios, de madrugada, entre 22h e 5h. Já a Receita Federal do Brasil acha esse plano impraticável e defende operação de dia, entre 7h e 19h. O impasse travou o anúncio oficial, e uma nova rodada de conversas deve fechar o formato.
O plano de reabertura funciona como uma escadinha. No primeiro mês, só caminhões vazios vão cruzar a ponte. Depois entram os ônibus de turismo. Na sequência, começa a liberação de carros e motos, de forma lenta e controlada, conforme avaliação da aduana. Caminhões carregados? Só lá em 2027, quando o Corredor Metropolitano Leste estiver pronto no lado paraguaio.
Outra discussão quente foi o funcionamento 24 horas. A regra deixada na mesa é que a operação plena só deve acontecer seis meses depois da inauguração, e apenas se houver estrutura suficiente dos dois lados.
A Ponte da Integração ficou pronta em 2022 e impressiona pelas dimensões: 760 metros de comprimento, vão central gigante de 470 metros e 60 metros de altura. São 36 aduelas, barreiras de segurança do tipo Nova Jersey, grades antissuicídio e um conjunto de proteções que deixam a travessia mais moderna e segura.
Essa nova rota internacional nasce para desafogar a Ponte da Amizade, que hoje aguenta cerca de 30 mil veículos por dia. Quando estiver totalmente funcionando, a ponte deve reorganizar boa parte do trânsito entre Brasil e Paraguai e mudar o fluxo na fronteira.
Assessoria

