Profissionais da saúde aprovaram, nessa quarta-feira (16), uma possível greve no Hospital Municipal Padre Germano Lauck e nas demais unidades de atendimento administradas pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), em Foz do Iguaçu. O comunicado foi feito após uma assembleia, realizada pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde.
A ação visa reivindicar melhorias nas condições de trabalho, fim do assédio moral e fim do banco de horas para serem pagas em até seis meses, algo que, segundo o sindicato, foi implantado sem negociação com os trabalhadores. Além disso, os profissionais pedem também a revisão do pagamento de insalubridade.
“Essa é uma situação muito triste, delicada, mas precisamos entender que esse é um pedido de socorro dos trabalhadores, que até pouco tempo atrás foram considerados heróis nessa pandemia e agora estão sendo tratados como lixo. Digo propriamente essa palavra, pois é o que está acontecendo nesse momento”, contou o presidente do sindicato, Paulo Ferreira.
Ainda não foi estabelecida uma data para a paralisação, mas esta pode ocorrer nos próximos dias. O sindicato afirma que o dia de início será definido após análise jurídica, para que não seja considerada ilegal e, também, para que não cause transtornos aos pacientes da HMPGL.
Caso seja de fato instaurada a greve, 70% dos trabalhadores devem cruzar os braços, mantendo apenas 30% na prestação dos serviços em geral. Mesmo com a mobilização previamente aprovada pelos trabalhadores, a categoria afirma que se mantém aberta para negociação com o poder público.
“Estamos lançando um pedido de socorro e esperamos que as autoridades competentes vejam isso. Não queremos prejudicar a população, mais do que já vem sendo prejudicada por conta dos atendimentos na Saúde. Tomaremos todos os cuidados necessários para que não tenhamos um caos ainda maior na cidade”, destacou Ferreira.
O que diz a Fundação de Saúde
O diretor-presidente da Fundação Municipal de Saúde, Amon Mendes de Sousa, manifestou-se sobre a aprovação da greve dizendo que a instituição não concorda com as reivindicações dos trabalhadores e que não acatará a manifestação. Ele verbalizou ainda que, do ponto de vista legal, o sindicato não tem nenhuma razão em fomentar greve.
“Tem sido levantada a informação que nós vamos acabar com o vale alimentação dos funcionários. Isso é uma informação falsa, que serve apenas para inflamar ainda mais os trabalhadores”, explicou Sousa.
Quanto ao banco de horas, uma das maiores insatisfações dos funcionários do HMPGL, Amon disse que a medida é regulamentada e visa contornar os problemas enfrentados pela unidade durante a pandemia. O diretor detalhou ainda que será realizado acordo individual com cada trabalhador, e que não há previsão orçamentária para pagamento de hora extra. A Fundação tem um prazo de seis meses para regularização dos bancos junto a cada trabalhador.
“Todos os hospitais, em âmbito de Brasil, passaram por uma dificuldade muito grande e tiveram que se adequar a uma nova realidade financeira. O orçamento tem que ser obedecido, não se pode realizar hora extra de forma indiscriminada. Tem que ter sim um controle, em qualquer autarquia pública. Todos os direitos dos nossos funcionários, que foram adquiridos ao longo dos últimos anos, serão respeitados”, afirmou o diretor.
Assessoria