A relação entre o pagamento da dívida adquirida para a construção da Itaipu Binacional e a redução da tarifa de energia gerada pela usina foi detalhada na plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codefoz). Gestores públicos, vereadores, representantes da sociedade civil e empresários participaram da reunião, sexta-feira, 23.
A apresentação técnica esmiuçou o cenário anunciado recentemente pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu, general João Francisco Ferreira, que apontou a queda na tarifa. Isso porque o financiamento para a formação da binacional, que hoje representa pouco mais de 60% das despesas da empresa, começa a ser quitado no próximo ano, sendo completamente zerado em 2024.
A exposição foi realizada pelo chefe de gabinete da direção-geral brasileira da Itaipu, coronel Robson Rodrigues de Oliveira; pelo gerente da Divisão de Imprensa, Flávio Miranda; e pela assistente técnica da diretoria da empresa, Renata Tufaile. Um resgate histórico da constituição e da atuação da binacional também foi apresentado.
“Afirmamos com total tranquilidade que a tarifa da energia da Itaipu cairá. Parte do seu custo é dívida, que tem prazo definido para acabar. Desaparecendo essa dívida, o custo cai”, pontuou. “É uma equação simples que está respaldada no Tratado de Itaipu. É um compromisso de gestão para o qual estamos trabalhando”, explanou o coronel Robson.
Sem dívida, queda na tarifa
Esse cálculo foi pormenorizado por Renata Tufaile, que abordou as bases financeiras do Anexo C do Tratado de Itaipu, assinado pelos governos do Brasil e do Paraguai em 1973. A técnica mostrou que o serviço da dívida para a construção da binacional já sofrerá redução no ano que vem, essa queda será progressivamente maior em 2023, e o débito terminará em 2024.
“Todas as despesas da Itaipu, que incluem pessoal, custos operacionais, investimentos e a dívida da sua construção – a qual representa dois terços desses custos –, são pagas por meio da tarifa da energia”, elencou. “Em 2024, não teremos o pagamento do serviço da dívida, possibilitando a redução da tarifa”, indicou Renata.
Gerente da Divisão de Imprensa da empresa, Flávio Miranda explicou que o pagamento do financiamento da hidrelétrica e a consequente diminuição na tarifa da energia independem das tratativas referentes à renegociação do Anexo C do documento que deu origem à empresa. Essa seção do Tratado de Itaipu poderá ser rediscutida em 2023.
“Nosso objetivo é informar à sociedade sobre como o pagamento da dívida para a construção da Itaipu deve resultar na redução da tarifa da energia que a usina gera”, enfatizou. “E isso não impactará nos investimentos em obras estruturantes, nos royalties e em outras ações pela binacional, que estão abrindo um novo marco desenvolvimentista para Foz do Iguaçu e região”, ressaltou Flávio.
Transparência
O prefeito Chico Brasileiro (PSD) parabenizou a Itaipu Binacional e o Codefoz pela oportunidade da troca de informações. Para ele, a iniciativa ajuda tanto o poder público quanto a sociedade civil organizada a debater o assunto e a inserir o município nesse contexto que aponta para mudanças futuras.
“Essa transparência é um grande avanço para a nossa cidade, pois todos participando engrandece o processo”, avaliou. “Tudo o que foi apresentado nos tranquiliza. A partir de agora, podemos organizar com o Codefoz tratativas para assegurar o interesse da região que foi a propulsora da Itaipu Binacional, que é tão importante para o país”, frisou o prefeito.
Envolvimento da cidade
Presidente do Codefoz, Felipe Gonzalez afirmou que a apresentação foi esclarecedora, permitindo vislumbrar resultados diretos em favor da cidade. “A iniciativa da Itaipu contribui para esclarecer e demonstrar à população as possibilidades reais de redução da tarifa da energia elétrica, o que é uma grande notícia”, declarou.
Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), Faisal Ismail, a sociedade organizada deve integrar todo esse debate. “Dando suporte e apoio nas medidas que nos possibilitem ampliar as condições de emprego e renda na região, para as populações e cidades da fronteira”, defendeu.
Presenças
Também participaram da reunião o presidente da Câmara Municipal, Ney Patrício (PSD), e os vereadores Adnan El Sayed (PSD), Anice Gazzaoui (PL) e Rogério Quadros (PTB); os secretários de Turismo e Projetos Estratégicos, Paulo Angeli, e de Transparência e Governança, José Elias Castro Gomes; o presidente do Observatório Social do Brasil em Foz e vice-presidente da ACIFI, Danilo Vendruscolo; a superintendente de Comunicação Social e de Turismo da Itaipu, Patrícia Iunovich; o presidente do Sindhotéis, Neuso Rafagnin; o presidente do Comtur, Yuri Benites; e a diretora de Comércio, Indústria e Serviços da prefeitura, Ivone Barofaldi da Silva.
Assessoria