A Itaipu Binacional chega nesta quinta-feira (8) à marca de 2,8 bilhões de megawatts-hora (MWh), produção acumulada desde que a usina iniciou a geração de energia, em maio de 1984. Com isso, a hidrelétrica segue como a que mais gerou eletricidade no mundo, à frente da usina chinesa de Três Gargantas, que tem capacidade instalada maior (22,4 mil MW contra 14 mil MW da Itaipu).
Os 2,8 bilhões de MWh produzidos pela Itaipu seriam suficientes para abastecer o mundo por 45 dias. “Essa enorme quantidade de energia, com a disponibilidade de potência inclusive em horários de pico de consumo, é estratégica para promover o desenvolvimento do Brasil e do Paraguai”, afirma o diretor-geral brasileiro da Itaipu, general João Francisco Ferreira.
Ele também destaca o fato de que se aproxima a quitação da dívida contraída para a construção da Itaipu. As parcelas constituem um dos principais componentes do custo da energia produzida pela binacional. “Com a quitação, a partir de 2022, haverá redução da tarifa e Itaipu fornecerá energia a um preço cada vez mais competitivo”, acrescenta o diretor-geral.
A nova marca da Itaipu, que responde por 11% do suprimento de eletricidade ao mercado brasileiro e 89% ao paraguaio, chega em um momento em que a usina tem procurado gerar com máxima eficiência. A baixa vazão do Rio Paraná nos dois últimos anos levou a Itaipu a aperfeiçoar seu sistema de gestão dos ativos, buscando cada vez mais uma maior sinergia entre todas as áreas binacionais da diretoria técnica, visando otimizar as paradas preventivas de manutenção, o ponto de operação das unidades geradoras, as condições hidrológicas e o atendimento às demandas dos setores elétricos do Brasil e do Paraguai.
“Nesses anos secos, a equipe binacional da Itaipu tem feito um esforço especial para elevar a produtividade da usina, assim como para garantir a disponibilidade de potência em qualquer momento que os sistemas interligados brasileiro e paraguaio necessitem”, afirma o diretor técnico brasileiro da Itaipu, Celso Torino.
A prova dessa eficiência pode ser medida por quanta energia a usina consegue gerar com cada metro cúbico de água que passa pelas unidades geradoras. Em junho, a binacional atingiu seu recorde mensal histórico, com 1,1174 MWméd/m³/s. A produtividade do primeiro semestre também foi a melhor já registrada para o período: 1,0926 MWméd/m³/s.
Segurança hídrica
Além da busca constante por aumento da eficiência, outra estratégia importante para a Itaipu seguir gerando energia em grande quantidade e com qualidade está nas medidas voltadas à segurança hídrica. Ou seja, tomar todos os cuidados para a longevidade do reservatório e para que não falte água, matéria-prima para a geração de energia. Desde a implantação do projeto, a binacional tomou cuidados que vão além das exigências legais para empreendimentos desse tipo. A faixa de proteção do reservatório, por exemplo, tem uma média de 210 metros de largura, mais do que o dobro do exigido por lei.
Ao todo, a empresa preserva mais de 100 mil hectares de Mata Atlântica em ambas as margens, reconhecidos pela Unesco como zona núcleo da Biosfera, no programa O Homem e a Biosfera. “A ciência comprova a relação entre floresta e produção de chuvas, além do fato de que elas contribuírem com a infiltração de água no solo e a proteção dos rios e reservatórios. Por isso, em um cenário adverso de escassez de chuvas como este que estamos vivendo, a Itaipu certamente está fazendo sua parte para cuidar de sua ‘caixa d’água’, assegurando, assim, o suprimento de eletricidade ao Brasil e ao Paraguai no longo prazo”, garante o diretor de Coordenação da margem brasileira, general Luiz Felipe Carbonell.
Comparativos
A produção acumulada de 2,8 bilhões de MWh da Itaipu Binacional seria suficiente para atender:
– O mundo por 45 dias; ou
– O Brasil por 5 anos e 11 meses; ou
– O Paraguai por 162 anos; ou
– O Estado de São Paulo por 21 anos e 2 meses; ou
– O Estado de Minas Gerais por 49 anos e 7 meses; ou
– O Estado do Paraná por 89 anos e 5 meses.
Assessoria