Saúde identifica 113 endereços inexistentes no monitoramento da covid em Foz do Iguaçu

A Secretaria de Saúde identificou nos últimos dias pelo menos 113 endereços inexistentes de moradores que procuraram os serviços de testes e foram diagnosticados com covid. De 31 de maio a 15 de junho, a equipe de monitoramento fez 1.028 visitas a positivados pela doença e ainda contatou 1.259 pessoas, entre familiares e pessoas próximas.

Duas situações chamaram a atenção da equipe: 113 endereços não foram encontrados e 37 pessoas diagnosticadas pela covid não cumpriam o isolamento orientado pelos médicos. Para encontrar as pessoas, a equipe procurou ainda possíveis erros na identificação de ruas, de números prediais e até conversou com as pessoas próximas aos endereços apontados.

As hipóteses apontam para mudança de endereço, mesmo que com o diagnóstico positivo – o que é pouco provável – ou simplesmente a declaração errada do endereço, o que pode indicar que a pessoa pode morar no Paraguai, por exemplo, ou em outra cidade.

“Ao longo dos dias monitorados, 37 pacientes não estavam cumprindo isolamento social. Isso é bem preocupante uma vez que esta pessoa está disseminando o vírus. É preciso entender que esse vírus respiratório é de fácil disseminação, fácil contágio e tem alta taxa de propagação”, disse Thiago Cavalcante, coordenador da equipe de monitoramento.

“Este trabalho de monitoramento do isolamento social tem sido muito importante para evitar a transmissão do vírus. É algo que já foi feito no início da pandemia e vimos a necessidade de retomar, uma vez que foram notificadas muitas situações de descumprimento dos isolamentos”, afirmou a secretária municipal de Saúde, Rosa Maria Jerônymo.

 

Alto contágio

A taxa de transmissão da covid-19 no Brasil apresentou alta nesta semana e está em 1,13, segundo o Imperial College de Londres. Isso significa que 100 pessoas infectadas com o vírus contaminam outras 113. Na semana passada, essa taxa estava em 1,07.

“É muito fácil contaminar outras pessoas. A pessoa positivada é uma fonte de propagação muito significativa do vírus. Isso demonstra também que as pessoas não estão muito preocupadas com o coletivo, não se resguardam para preservar também a comunidade em que elas vivem”, pontuou Cavalcante.

As justificativas para quebrar ou não cumprir o isolamento vão desde o argumento de possuir sintomas severos ou leves, até por não entenderem as orientações passadas pelos profissionais de saúde. “A pessoa entende que o caso dela não é grave e que não precisa cumprir o isolamento.”

“Geralmente não sabem informar sobre as datas do período do isolamento e circulam antes do previsto. Elas não aguardam uma orientação liberação oficial do isolamento de 10 dias. Essas são as duas principais justificativas bem comuns. Não concordar com o isolamento social é um dos pontos que as equipes relatam. Ao longo da conversa, o paciente positivo relata que não concorda com esse protocolo de isolamento e acaba não cumprindo literalmente porque não quer cumprir”, pontua Cavalcante.

 

 

 

Assessoria

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