75 cidades do Paraná ampliam medidas restritivas no enfrentamento à covid-19

Não é só Foz do Iguaçu que retomou as medidas restritivas no Paraná e nem somente o desabafo do presidente da Fundação Municipal de Saúde, Sergio Fabriz, que atenta sobre o estrangulamento dos serviços de atendimento dos casos de covid no sistema público de saúde. Nada menos que 75 cidades até esta sexta-feira (28), determinaram mais rigor para evitar a circulação de pessoas e aglomerações. Os sete municípios do litoral paranaense vão montar barreiras sanitárias neste final de semana e só vão permitir o acesso aos moradores da região.

Ao menos 58 cidades do interior estão adotando a restrição de circulação como estratégia de enfrentamento à pandemia de covid-19. Três associações de municípios combinaram entre seus membros medidas cujos prazos variam, mas que são as mesmas: lei seca e fechamento de todas as atividades, exceto farmácias de plantão, postos de combustíveis (apenas com atendimento emergencial) e restaurantes em rodovias, que só poderão vender marmitas para motoristas profissionais. A informação é da Associação dos Municípios do Paraná.

Na Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi), as normas valem para todos os 26 municípios da região. O lockdown e a lei seca serão adotados entre sábado (29) e domingo (30) e também nos dois fins de semana seguintes. Na Associação dos Municípios do Centro do Paraná (Amocentro), as medidas abrangem todos os 16 municípios. Na Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam), 16 municípios adotaram a lei seca e o lockdown.

 

Centros urbanos

As grandes cidades – Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais – tomaram, de uma forma ou outra, medidas mais duras no combate ao coronavírus.“Não tem milagre, atingimos o teto da expansão. O kit intubação está em falta em 22 estados, pois é um problema da indústria farmacêutica”, disse a secretária de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, que também desabafou na Câmara de Vereadores, apelando pela consciência de moradores da região metropolitana da capital.

Curitiba, segundo Marcia Huçulak, deve passar da bandeira laranja (já com restrições) para bandeira vermelha (lockdown parcial). “Pelo amor Deus, eu também quero sair, mas fiquem em casa neste final de semana”, desabafou.

“Nunca esteve tão certo que a bandeira vermelha será decretada, porque a cidade nunca viveu um momento tão difícil. Estão faltando medicamentos. Os médicos disseram que já estão tendo que escolher quem entuba e quem não entuba”, disse a presidente da Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte da Câmara Municipal de Curitiba, vereadora Noemia Rocha.

O prefeito Chico Brasileiro reforça que a situação é crítica, apesar de todos os esforços das unidades e equipes de saúde. “Ontem (quinta-feira, 27), às 21h, eu estava ligando para Brasília solicitando o envio imediato de mais insumos. É uma situação crítica, e não há outra alternativa aos prefeitos e gestores do que as medidas que estão sendo tomadas. Não é o queremos, mas é o que precisa ser feito para salvar vidas”, disse à Rádio Cultura na manhã desta sexta-feira.

 

Rigor

Nesta quinta-feira (27), a Justiça Federal garantiu aos municípios litorâneos – Paranaguá, Guaratuba, Guaraqueçaba, Morretes, Matinhos, Pontal do Paraná e Antonina – autorização para realizarem as barreiras aos finais de semana e feriados, enquanto perdurarem medidas de lockdown em Curitiba e região metropolitana. A decisão do juiz federal Guilherme Roman Borges determinou ainda que as concessionárias do pedágio comuniquem aos usuários a existência das barreiras.

Um novo decreto do Governo Estado prevê rigor na fiscalização de festas clandestinas e outros tipos de aglomerações. “Vamos pegar muito pesado a partir dessa semana com muitas blitze. Inclusive, faço um pedido para a população para que faça denúncias de festas clandestinas”, disse o governador Ratinho Junior.

A orientação para a Polícia Civil é aplicar punições para aqueles que forem flagrados infringindo as determinações. “A Polícia Militar está preparada para fazer muitas blitze. Também está preparada para fiscalizar rodovias para pegar gente que bebe, sai de carro. Os delegados também têm a determinação que passei para que apliquem multa e fiança pesada para a pessoa poder sair da delegacia”, disse Ratinho Junior.

 

 

Assessoria

 

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